Caro Lucas Maio
Já estamos em agosto.
Sobre sua conclusão sobre o conto “Unidos Venceremos?”, ela é extremamente válida.
Quanto ao fato de a idéia que o conto pretende passar não ser entendida, é isso mesmo. O conto não pretende passar nenhuma idéia, pelo menos não aparentemente. A idéia fica por conta do leitor, e sobre o juízo dele ela é formada. Eu, por exemplo, conclui o seguinte:
1) Enquanto houver uma minoria autodenominada “intelectual”, enquanto muitos tiverem que trabalhar para sustentar poucos, enquanto esses poucos ditarem as ordens aos muitos, enquanto os muitos não tiverem ensino para questionar as ditas “leis” impostas pelos poucos e que só valem para os muitos, enquanto o crescimento demográfico aumentar devido à ignorância do dito “povo” e à incompetência da dita “elite”, enquanto a hierarquia social for uma mera questão de estatus e não de necessidade, enquanto ninguém questionar a ordem hierárquica de tal hierarquia, enquanto azelites usarem as massas oprimidas para o bem próprio e não o bem comum, enquanto azelites usarem o povo como marionetes para um jogo de interesses, enquanto houver a noite para esconder tudo o que está a mostra e enquanto o mundo girar com tudo isso acontecendo, a união entre os opostos não será o extermínio da raça humana, pois a raça humana será seu próprio extermínio.
2) Final feliz não leva a conclusão nenhuma por ele já estar concluído antes mesmo de acontecer (vide novela da ... qualquer novela serve).
3) Se for pra concluir, que seja em um bar regado à cerveja e Steinhager, porque assim é muito mais bacana!
Um grande abrasso e até a próssima
Ricardo Schnaider, 10 e seis de agosto de 2007
Um comentário:
A raça humana (em grande parte ao menos,na qual procuro não estar incluída, mas acabo estando em alguns momentos) assiste sem questionar e reforça os fatos que permeiam as relações sociais de hoje (tão bem postados pelo autor em sua conclusão), cegando-se a si mesma, cada vez mais, quanto a necessidade de uma mudança de consciência e atitude diante dessa realidade. Tornando, assim, este (possível???) processo de mudança histórico-político-culturalmente ainda mais lento. E acaba não enxergando também a importância do extermínio de certas coisas que intensificam a pequenez do ser (como o preconceito, a ganância e as novelas por exemplo) promovendo, deveras, o seu próprio extermínio.
Gostei muito do conto e (talvez pela minha falta de imaginação)gostei ainda mais da conclusão do autor!
ahh...pena que faltou o bar e a cerveja!
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