Algumas tribos indígenas que povoavam o imenso e belo território do que mais tarde seria conhecido pelo nome de uma das mais importantes madeiras que o mundo já viu, Ilha de Vera Cruz, praticavam antropofagia.
Para quem não sabe, antropofagia é o mesmo que canibalismo.
Mas há pontos importantes a serem destacados nessa prática, digamos, primitiva, de alimentação.
A antropofagia não acontecia por simples e puro prazer tribal. E também não era qualquer pessoa que seria devorada pelos caninos da boca indígena.
A antropofagia era uma espécie de ritual, e só acontecia com prisioneiros inimigos para demonstrar superioridade. Prisioneiros covardes não eram bem vindos nos estômagos e entranhas dessas tribos. Hans Staden, por exemplo, escapou três vezes dessas tribos sujando-se na lama, chorando e pedindo clemência.
Mas essa prática primitiva leva a constatação de que ela era mesmo primitiva. Isso porque o sistema produtivo de tais tribos era muito atrasado, e se a tribo mantivesse o prisioneiro praticando a ação de aprisionar-se, ele iria produzir tão pouco que não valeria à pena. Para resolver tal problema, comia-se o ser vivo.
O que nos faz pensar que hoje vivemos numa sociedade muito mais evoluída é o fato de termos sobrevivido. Nosso sistema produz horrores, mas consome tudo o que há ao redor para manter-se em atividade. Nossas vidas baseiam-se em valores incoerentes com nossas atitudes. O mundo gira, e ninguém pára para pensar até quando estaremos aqui para girar junto com ele. Preocupamo-nos com o planeta, quando na verdade quem acabará é a raça humana. O planeta sobrevive. Sempre sobreviveu. Prisioneiros, hoje, além de não produzirem, custam altos valores para os cofres públicos. Darwin chamava isso de evolução das espécies. Pena ele ter estudados os animais, não os seres humanos.
Ricardo Schneider, dezoito de agosto de 2007.
P.S.: Hoje já é sábado que vem!
sábado, 18 de agosto de 2007
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