sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Sorria, morena, sorria!

A morena foi criada no sul. Em meio aos pampas gaúchos. Correndo em meios às pradarias, com um sorriso estampado nos lábios. Ela corria pra lá e pra cá. Mais pra lá do que pra cá. Mas um dia resolveu andar um pouco no mapa e correu pra cá.
Aqui não faz tanto frio como lá, mas também faz frio. Também não faz tanto frio quanto fazia há algum tempo atrás. Culpa do tal aquecimento, dito global, que esquenta um lado, esfria outro, e assim vai. Foi ele quem pintou por aqui, esquentando uma noite. E depois dessa noite quente, a morena não agüentou. Ela não está acostumada com o calor. Mas ela sorria dele. Ela sempre sorri. Sempre sorria. Porque na manhã seguinte não sorriu. Culpa do calor. Desse tal aquecimento. Eu pensava que a pior conseqüência do aquecimento era o brejo chegar até a vaca, invertendo a ordem natural das coisas. Me enganei. A pior conseqüência é a morena não sorrir. Mas não é um calorzinho que irá acabar com o sorriso da morena. Afinal ela é morena. E foi criada no sul, em meio aos pampas, pradarias, vinho, queijo, churrasco e chimarrão.
Fui para a aula e a morena não estava. Mas amanha ela vai voltar. Sempre volta. Sempre volta sorrindo. Sorrindo pra lá e pra cá. Mais pra lá do que pra cá.
Volta a sorrir, morena!


Ricardo Schneider, 2 de novembro de 2007

Esse texto é em homenagem à morena que senta ali, à minha esquerda, em baixo da janela, na sala de aula. Ela diz não ser morena, diz ter o cabelo castanho, e diz que eu deveria ver uma embalagem de Wellaton antes de falar alguma coisa. Eu digo que não emporta se ela é morena ou castanha, que ela é bonita de qualquer jeito, desde que sorria.

2 comentários:

Ana Paula Pavão disse...

Apaixoxina

Anônimo disse...

Sorria Morena, é a nova campanha!!!