A garota de cabelo ondulado sorri. As vezes ela está por perto, as vezes não. Ela dá um sorrisinho inocente. Tem um olhar inocente. Um rosto inocente. Infantil, eu diria. Gosto quando ela está por perto porque posso vê-la. Seu cabelo é ondulado, é bonito. É ondulado e castanho, eu acho. Nunca sei distinguir tons. A voz dela é meiga. Doce. E ela diz coisas no diminutivo. “Bonzinho, lindinho, bunitinho, queridinho...”. Fica mais bonita ainda. Mas eu não posso abraçar ela. Nem beijar. Eu queria, mas não posso. Ela diz que um dia a gente vai sair, mas esse dia nunca chega. Eu queria viajar com ela. Ir para o sul, no inverno, e para o litoral, no verão. Vê-la entrando no mar de biquíni, e depois de um mergulho me dar um beijo salgado. Mas eu não posso, ainda. O jeito é me contentar com aquele mar de ondas de seu cabelo. E puxar um assunto. Para ouvir “bunitinho, lindinho, bonzinho, queridinho...”. Vamos embora, garota de ondas no cabelo!
Ricardo Schneider, 5 de novembro de 2007.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
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