segunda-feira, 7 de abril de 2008

FATO

....E ela andou até o ponto de ônibus.
Ficou lá 5, 6 ou 7 minutos.
Esperando....

De repente, lá do lugar mais longe onde os olhos conseguem enxergar, surge uma pessoa de sexo masculino, gritando, sujo, embriagado.

A figura se aproxima, e aos berros mostra o dedo do meio pra quem tiver na frente (não que ele estivesse vendo alguém, mas)....
As pessoas, como não era de se esperar diferente, vão se afastando, na medida em que ele vai passando pelas mesmas.

"- Mas, meu Deus, que perigo essa pessoa pode causar? Ele mal sabe quem ele é." (pensou ela)

O bêbado continuava a gritar, mas nada se entendia do que dizia. Começou a ser motivo de risadinhas.

(PAUSA)

RISADINHAS?
Pelo amor da mãe do guarda, não se faz piada com a desgraça dos outros. Que coisa FEIA.

(voltando....)


Ela, como uma pessoa que tem coração, se comove. Não ri. Não se move, não tem medo.

E ele lá, mostrando o dedo do meio para os motoristas de ônibus, agora e berrando.

"-CUZÃO, VAI TOMAR NO CÚ. VAI TUDO TOMAR NO CÚ"
E cai bem em cima dela.... que ficou parada no mesmo lugar, sem se mexer e ainda tentou ajudar o cara a se levantar.

Nesse mesmo segundo, como que num filme, um motorista mal-comido ou corno, sei la, tem o nobre trabalho de parar seu coletivo, descer e, vendo o estado da pessoa que o xingara, no chão, começou a descer um, dois, três tapas na cabeça do pobre coitado.
"- Quem é o cuzão, fala seu porra, seu merda!"

- Pára moço, pelo amor de Deus, caralho. Olha o estado do cara. Vai trabalhar!!!!!. QUE MERDAAAA

Como que num surto, são essas palavras que saem da boca dela...
Ajudou o cara a se levantar.
Ele tentou dizer alguma coisa à ela, que por 3 vezes ou mais não entendeu.
Ele seguiu seu caminho.

Bêbado, sozinho, sujo, apanhado.

E ela foi pra casa. Sozinha e triste.
Pensando no que poderia fazer.

Até agora não soube por onde começar!



Por Tassiana Resende - fatos de uma vida real e injusta

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