sexta-feira, 16 de maio de 2008

O Cagaço eis a questão.

E o cagaço? E o cagaço que eu tenho de te ligar? O cagaço de saber se você está, ou estará pronta, ou então querendo me atender. Aí eu te pergunto, e o cagaço?
E o cagaço que faz o coração bater que nem bumbo do pelourinho anunciando o carnaval naqueles malditos instantes que precedem o alô? É o cagaço.
E o cagaço de ficar na espera agoniante dos barulhos espaçados que deixam qualquer galã experiente com cagaço da rejeição. É cabrons, no fundo no fundo, o que é o cagaço senão o glorioso medo da rejeição?
É o cagaço que me faz as vezes desligar após o primeiro toque. Mas geralmente é o cagaço que me faz ligar denovo também. Cagaço de ficar sozinho, cagaço do cansasso, cansasso do cagaço.
E ainda que haja uma pontinha de cagaço, eu não posso esconder o estardalhasso de ouvir uma palavra tão simples, que acaba com o cagaço, manda ele bem longe, lá pro espaço, um apenas e tão longíncuo Alô. É o cagaço.

O texto no final das contas é uma merda. Por falar em cagaço.

William Biagioli, aos 20 anos.

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